Histórias de Cinema https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br Filmes para ver no streaming e tesouros que não estão no mapa Tue, 06 Jul 2021 12:51:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Reencontre os filmes eliminados de “A Mulher na Janela” https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/16/reencontre-os-filmes-eliminados-de-a-mulher-na-janela/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/16/reencontre-os-filmes-eliminados-de-a-mulher-na-janela/#respond Sun, 16 May 2021 20:50:08 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/DF-07063_R_Easy-Resize.com_-300x215.jpg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=286 A principal estreia desta semana na Netflix é um filme que todo mundo já viu.

“A Mulher na Janela” recicla elementos convencionais do cinema de suspense, como a personagem feminina isolada e vulnerável, a manipulação mental e a virada na qual um personagem bonzinho vira monstro.

Baseado no best-seller de A.J. Finn, pseudônimo do escritor e editor Daniel Mallory, o filme joga fora um dos recursos mais divertidos do livro: o uso de referências cinematográficas. O universo imaginário de Anna Fox é povoado de filmes, e o romance usa o repertório cinéfilo da protagonista para brincar com a confusão entre fatos e alucinações.

O roteiro pobre de Tracy Letts (que também faz o papel do psiquiatra) descarta o prazer narrativo das referências e reduz “A Mulher na Janela”, o filme, a apenas mais um suspense mequetrefe.

Selecionamos algumas referências cinematográficas citadas em “A Mulher na Janela”, o romance, para quem quiser descobrir (ou redescobrir) os originais.

Confira:

 

“Vi um filme. Um filme antigo, ressuscitado em Technicolor. Vi ‘Janela Indiscreta’; vi ‘Dublê de Corpo’; vi ‘Blow-up’. Vi uma montagem com centenas de imagens de arquivo de filmes em que sempre havia alguém bisbilhotando a vida dos outros. Vi um assassinato sem assassino e sem vítima. Vi uma sala vazia, um sofá vazio. Vi o que quis ver, o que precisava ver. ‘Você não se sente muito sozinha aqui?’, foi o que Humphrey Bogart perguntou a Lauren Bacall; a ela ou a mim.”

“Janela Indiscreta” : AppleTVClaro VideoGoogle Play

“Dublê de Corpo” : AppleTV

“Blow-up” : AppleTV

“Uma Aventura na Martinica” : AppleTV

 

 

A noite vai caindo aos poucos, sombria. Fecho as cortinas, abro o laptop e coloco ao meu lado na cama. A máquina aquece os lençóis à medida que assisto ao filme ‘Charada’. ‘O que eu preciso fazer pra deixar você feliz?’, pergunta Cary Grant. ‘Me tornar a próxima vítima?’ Sinto um calafrio na espinha.”

“Charada” : AppleTVBelas Artes à la CarteClaro VideoGoogle Play

 

“Mais uma ‘leçon’ de francês hoje e, à noite, ‘Les Diaboliques’. Um marido cafajeste, uma mulher frágil, uma amante, um assassinato, um cadáver desaparecido. Existe coisa melhor do que um cadáver desaparecido?”

As Diabólicas: Belas Artes à la CarteOldflix

 

“Os acontecimentos de ontem à noite parecem os delírios de uma febre, uma nuvem de fumaça. O filme no teto do quarto. O barulho de vidro quebrando. O breu do depósito. A espiral da escada. E ele ali, chamando por mim, esperando por mim.

Levo a mão à garganta. ‘Não vá dizer que eu estava sonhando, que ele nunca esteve aqui.’ Onde foi que ouvi isso…? Ah, sim: de novo, ‘À Meia-Luz’.”

“À Meia-Luz” : AppleTV

 

 

Porque não foi sonho. (“Isto não é sonho! Realmente está acontecendo!” Mia Farrow em ‘O Bebê de Rosemary’.) Minha casa foi invadida. Foi vandalizada. Eu fui ameaçada. Fui agredida. E não há nada que eu possa fazer a respeito.”

“O Bebê de Rosemary” : TeleCine

 

 

“Depois que Ethan vai embora, vejo ‘Laura’ outra vez. Um filme que não deveria ter dado certo: a canastrice de Clifton Webb, a pobreza do sotaque sulino de Vincent Price, a falta de química entre os protagonistas. Mas a coisa realmente funciona muito bem. Sem falar na música. Ah, a música… ‘Eles me mandaram o roteiro, não as partituras’, reclamou certa vez Hedy Lamarr, depois de recusar o papel principal. Deixo a vela acesa, um fiapo de chama pulsando no pavio. Depois, cantarolando o tema de ‘Laura’, pego o celular, entro na internet e saio à procura dos meus pacientes.”

“Laura” : Belas Artes à la Carte

 

 

“Adorávamos elaborar listas. As adaptações das histórias de Dashiell Hammett, ranqueadas desde a melhor (‘A Ceia dos Acusados’, a primeira delas) até a pior (‘Song of the Thin Man’). Os melhores filmes da excelente safra de 1944. Os melhores momentos de Joseph Cotten.

Também posso fazer algumas listas sozinha, claro. Por exemplo, os melhores filmes de Hitchcock não realizados por Hitchcock. Vamos lá:

‘O Açougueiro’, um dos primeiros filmes de Claude Chabrol que, diz a lenda, Hitch gostaria de ter dirigido.”

“O Açougueiro”: LookeNetMovies

 

 

Agora os filmes posteriores a Hitchcock: ‘O Silêncio do Lago’, com seu final de tirar o fôlego. ‘Busca Frenética’, a homenagem de Polanski ao mestre. ‘Terapia de Risco’, de Steven Soderbergh, que começa como um libelo contra a farmacologia e vai deslizando feito uma enguia na direção de um gênero completamente diferente.”

 

“Busca Frenética” : AppleTV

“Terapia de Risco” : AppleTV – Claro VideoHBOGo

 

O filme preferido de Hitchcock. Thornton Wilder é o roteirista: a mocinha ingênua descobre que seu herói não é quem ela pensa ser. ‘A gente até que se dá bem, mas nada acontece’, reclama ela. ‘Caímos numa rotina terrível. Comemos e dormimos, e isso é praticamente tudo. Sequer temos uma conversa de verdade.’ Até o dia em que seu tio Charlie aparece para uma visitinha.”

“A Sombra de uma Dúvida” : Looke

 

Confira na lista “A Mulher (Cinéfila) na Janela” todos os filmes citados no romance.

 

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Curta indicado ao Oscar usa repetição para expor o racismo https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/11/curta-indicado-ao-oscar-usa-repeticao-para-expor-o-racismo/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/11/curta-indicado-ao-oscar-usa-repeticao-para-expor-o-racismo/#respond Sun, 11 Apr 2021 23:36:36 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/two-distant-strangers-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=262 No longínquo 1993, “Feitiço do Tempo” foi considerado um filme original ao explorar o paradoxo da repetição em uma camada da vida, o tempo, em que tudo parece condenado a não voltar.

 

Sinal dos tempos, nos anos recentes apareceram várias ficções nas quais personagens ficam presos numa lógica perversa de repetições. Do terror à comédia, passando pelo drama adolescente e pela animação, a ideia de não conseguir escapar de uma situação dá corpo ao medo, que todo mundo tem, de não conseguir superar um incômodo.

 

“Dois Estranhos” pode parecer só mais um produto dessa ondinha. Mas o curta de Travon Free e Martin Desmond Roe vai além da repetição da fórmula. O filme de 32 minutos, que concorre ao Oscar de melhor curta, mostra uma série de situações protagonizadas por Carter, um cartunista negro.

 

Ao final de uma noite gostosa ao lado de uma garota linda, Carter volta para casa para cuidar do seu cão que ficou sozinho. Ao sair do prédio dela, ele é interpelado por um policial e logo a situação sai do controle.

 

A repetição aqui deixa de ser um mero recurso narrativo e se torna um recurso de denúncia, uma demonstração que o racismo é uma situação banal, que se repete infinitamente e que ser vítima de preconceito racial equivale a uma condenação.

 

Travis Free, roteirista e co-diretor de “Dois Estranhos”, evoca uma experiência pessoal como inspiração. “Como um homem negro, eu experimentei e vi uma quantidade enorme de mortes e de violência armada. Já tive a arma de um policial apontada para minha cara. Fiquei olhando para o cano de uma arma da polícia e isso não é algo que todo mundo sentiu ou deveria experimentar.”

 

“Dois Estranhos”

Direção: Travis Free e Martin Desmond Rae

EUA, 2020, 32 min

Onde assistir: Netflix

 

 
Confira outros ficções recentes baseadas em repetições temporais:

 

“No Limite do Amanhã” (2014)

Tom Cruise é um soldado inexperiente que morre no primeiro combate e é condenado a repetir exaustivamente a experiência de lutar e não sobreviver.

Onde assistir: AppleTV –  LookeMicrosoft StoreNetflix

 

“Antes que Eu Vá” (2017)

Sam tem uma vida legal e mal sabe que tudo pode acabar de uma hora para outra. Mas ela tem uma última chance para mudar o destino.

Onde assistir: AppleTVGoogle PlayLookeMicrosoft StoreNowTeleCine

 

“Loopeados” (2015)

Nesta série de animação, Luc e seu amigão Theo ficam presos numa armadilha temporal em que todo dia é segunda-feira.

Onde assistir: Globo Play

 


“Nu” (2017)

No dia do seu casamento, Ron fica preso, peladão, no elevador e tem de enfrentar a repetição de diversos vexames.

Onde assistir: Netflix

 

“A Morte Te Dá Parabéns” (2017)

Uma jovem morre assassinada e revive incessantemente cada passo da história que sabe que acaba mal.

Onde assistir: AppleTVClaro VídeoGoogle PlayLooke

 

“A Morte Te Dá Parabéns 2” (2019)

Como tudo que é ruim nunca acontece uma vez só, esta sequela do terror de 2017 repete a premissa.

Onde assistir: Amazon Prime VideoAppleTVGoogle PlayLooke

 

“O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas” (2021)

Mark conhece Margaret são dois adolescentes que ficam presos numa temporalidade repetitiva. Ele quer sair, e ela quer ficar.

Onde assistir: Amazon Prime Video

 

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A natureza fala e grita nas animações https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/02/18/a-natureza-fala-e-grita-nas-animacoes/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/02/18/a-natureza-fala-e-grita-nas-animacoes/#respond Fri, 19 Feb 2021 02:15:45 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/WolfWalkersMebhSass-300x215.jpg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=207 por Alessandra Lobato

Os animais são os elementos da natureza com os quais nós, humanos pequenos ou grandes, nos identificamos de cara. Quando viram personagens de filmes, eles nos colocam no lugar de quem vive as ameaças de perto, de quem sente na pele a destruição do ambiente. E mostram que queimar o lugar deles é igual a botar fogo na nossa própria casa. A Criançando desta semana destaca animações em que a natureza fala, nos atrai com seus encantos e lembra que quem avisa amigo é.

 

 

“Xico, o Cachorro Mágico”

A animação mexicana narra a história de Copi, Gus e Xico. Juntos, eles precisam salvar a natureza de empresários que só pensam em destruí-la para conseguir minerais raros. Mas um mistério permeia a cidadezinha que tem uma montanha mágica protegida por animais falantes.

Eles precisam entrar na montanha e, com as três pedras dos guardiões, encontrar o mensageiro que irá salvá-los das máquinas. Em sua trajetória até o centro da terra, Copi e Gus se deparam com um Xico falante e cheio de poderes. O filme se inspira na mitologia asteca ao contar sobre a origem do cãozinho e o poder da natureza.

O longa destaca o modo como os astecas, povo originário do México, encaravam a natureza, incluindo a representação de seus deuses na forma de animais. “Xico, o Cachorro Mágico” critica a ambição desmedida que só enxerga a natureza como algo a ser explorado.

2020, 85 min

Livre

Onde assistir: Netflix

 

“Wolfwalkers”

Robyn é uma garotinha inglesa que se mudou juntamente com seu pai, um caçador de criaturas selvagens, para uma cidade da Irlanda. O Lorde Protetor quer extinguir a alcateia para destruir a floresta, mas existe uma lenda, os wolfwalkers, pessoas que podem conversar com os lobos e que ao adormecerem se transformam em um deles.

Robyn vai até a floresta para caçar, mas encontra com Mebh, uma menininha wolfwalker, que sem querer acaba lhe dando uma dentada. Ela se torna uma loba e conhece a liberdade de se fazer parte da natureza e entende que a caça não é uma solução. Juntas, elas vão ter que impedir que o Lorde Protetor destrua o lar da alcateia.

A animação 2D tem traços rústicos que lembram um caderno de desenhos com seus esboços. O filme traz personagens cativantes, além da emoção de uma amizade verdadeira entre pessoas diferentes. “Wolfwalkers” concorre como Melhor Animação ao Globo de Ouro, que será anunciado em 28/2.

Irlanda/Luxemburgo/França/Dinamarca/EUA/Reino Unido, 2020, 103 min

10 anos

Onde assistir: AppleTV

 

 

“O Tempo com Você”

O anime de Makoto Shinkai, mesmo diretor de “Your Name” (2016), traz a história de Hodaka, um garoto que fugiu de casa e foi para Tóquio. Ao tentar sobreviver na acelerada e assustadora capital, ele consegue um emprego em uma pequena editora para escrever sobre lendas urbanas.

Em busca pela garota-Sol, Hodaka conhece Hina, que é capaz de mudar o tempo chuvoso do Japão com um pedido para o céu. Juntos, eles buscam mudar o clima para alegrar as pessoas que já estão fartas das manhãs nubladas e noites frias durante o verão. Mas descobrem que o céu é um lugar mais desconhecido que o oceano e está cheio de mistérios.

A animação conta o mito da Dama do Tempo, que tem uma ligação direta com o céu, mas seus pedidos têm um preço e seu futuro pode ser trágico. A ilustração em traços minuciosos encanta mostrando detalhes da chuva caindo no asfalto e transforma o vento levando os cabelos de Hina em pura poesia.

Japão/China, 2019, 112 min

12 anos

onde: AppleTVGoogle Play

 

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