Histórias de Cinema https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br Filmes para ver no streaming e tesouros que não estão no mapa Tue, 06 Jul 2021 12:51:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Emoções contidas intensificam drama sobre demência https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/07/05/emocoes-contidas-intensificam-drama-sobre-demencia/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/07/05/emocoes-contidas-intensificam-drama-sobre-demencia/#respond Tue, 06 Jul 2021 02:33:50 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/Supernova-2020-e1613562422346-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=312 O corpo nu de Colin Firth dormindo de conchinha com o carequinha Stanley Tucci é uma imagem que pode atrair quem se interessa por romances gays, assim como pode repelir os que não querem ver homens se beijando.

“Memórias de um Amor”, no entanto, é um tipo de filme que ultrapassa as restrições dos rótulos. O segundo trabalho na direção do britânico Harry Macqueen trata de companheirismo, de cuidados e de perdas. É um filme sobre maturidade e finitude. 

Sam (Firth) e Tusker (Tucci) partem em viagem num velho trailer, um dos tantos sinais de partilha e de solidez que o filme usa para representar esse relacionamento de mais de 20 anos.

Não se trata, no entanto, de uma viagem de recordação nem de celebração. Tusker foi diagnosticado com demência, e este talvez seja seu último encontro com a família e com amigos, antes de perder a noção de quem é.

Como a situação já é demasiado dramática, Macqueen nos poupa dos sentimentos transbordantes. Sua opção pela sobriedade ganha a cumplicidade dos dois protagonistas, que interpretam de forma recolhida e tensa. Assim como a natureza outonal, bonita sem precisar ser espetacular, que eles percorrem nesse “road-movie” lacônico.

“Memórias de um Amor” é filme para assistir em casa, que não precisa de pipoca, mas que combina muito com vinho ou chá.

 

“Memórias de um Amor”

Inglaterra, 2020, 93 min

Onde assistir: AppleTVGoogle PlayYouTube Filmes

 

Se gostar, confira também:

 

“O Amor É Estranho” (2014)

John Lithgow e Alfred Molina formam um casal maduro que tem de morar separado quando o desemprego os força a vender o apartamento onde viviam. O diretor Ira Sachs também tinge seu melodrama com uma tonalidade melancólica que o torna universal.

Onde assistir: Amazon Prime VideoAppleTVBelas Artes à la CarteGoogle PlayLookeNet MoviesYouTube Filmes

 

“Ella e John” (2018)

Helen Mirren e Donald Sutherland também embarcam num trailer neste “road-movie” que retrata os perrengues do envelhecimento, mas com doçura em vez de amargura.

Onde assistir: AppleTVClaro VideoGoogle PlayNetflixNowYouTube Filmes

 

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300 filmes para celebrar a vitalidade do cinema brasileiro https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/06/18/300-filmes-para-celebrar-a-vitalidade-do-cinema-brasileiro/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/06/18/300-filmes-para-celebrar-a-vitalidade-do-cinema-brasileiro/#respond Sat, 19 Jun 2021 02:53:26 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/Pacarete-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=307 As imagens da baía de Guanabara feitas de um navio pelo italiano Afonso Segreto em 19 de junho de 1898 marcam o descobrimento do Brasil pelo cinema. Por isso, a data foi escolhida para comemorar um cinema pouco visto, mal preservado e que mais uma vez se encontra sob ameaça de extinção.

O cinema brasileiro é, como toda cinematografia nacional, uma generalização. Essa entidade abstrata é feita de filmes e, para conhecê-la (ou insultá-la) é preciso conhecer os filmes. O que sempre foi difícil.

Enquanto o atual governo tornou quase inviável manter o bom ritmo da produção cinematográfica e, com ela, a diversidade e o aprimoramento estético e temático dos filmes, a pandemia ofereceu um efeito colateral benéfico.

As plataformas de streaming vêm promovendo a circulação dos filmes, que antes ficavam restritos a poucas salas em capitais.

Entre clássicos e contemporâneos, o total de filmes brasileiros que entraram nos catálogos nos últimos três meses chega a 300, como mostra esta lista que criamos.

Poucas semanas depois do lançamento da Embaúba Play, distribuidora dedicada ao conteúdo nacional, o Itaú Cultural Play estreia hoje com um robusto catálogo todo gratuito.

Em meio a tanta oferta, por onde começar?

Preparamos um ponto de partida com uma seleção dos filmes vencedores no tradicional Festival Sesc de Melhores Filmes na última década:

 

2010

“É Proibido Fumar

Amazon Prime Video

 

2011

“Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo”

Netflix

 

2012

“O Palhaço”

Now

 

“As Canções”

Looke

 

2013

“Febre do Rato”

Netflix

 

“Tropicália”

Now

 

“A Música Segundo Tom Jobim”

Google Play

 

2014

 

“O Som ao Redor”

NetflixTeleCineMUBI

 

“Doméstica”

Looke

 

“Elena”

Netflix

 

2015

 

“O Lobo Atrás da Porta”

AppleTVGoogle PlayLooke

 

“Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”

Netflix – Now

 

“Ilegal”

AppleTVGoogle Play

 

2016

 

“Últimas Conversas”

Looke

 

“Que Horas Ela Volta?”

Globo PlayTeleCine

 

2017

“Cinema Novo”

Looke

 

“Aquarius”

Globo PlayNetflixNowTeleCine

 

2018

“Como Nossos Pais”

NetflixLooke

 
“A Glória e a Graça”

Globo Play

 

2019

 

“O Processo”

AppleTVGoogle PlayLooke

 

“Arábia”

Embaúba Play

 
“O Beijo no Asfalto”

AppleTVGoogle Play

 

2020

 

“Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar”

Netflix

 

“Bacurau”

Globo PlayNowTeleCine

 

“Bixa Travesty”

AppleTVGoogle PlayNow

 

2021

 

“Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”

AppleTVLookeNow

 

“Pacarrete”

Google PlayLookeNow

 

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Uma lista de melhores de 2021 (para quem tem pressa) https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/06/04/uma-lista-de-melhores-de-2021-para-quem-tem-pressa/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/06/04/uma-lista-de-melhores-de-2021-para-quem-tem-pressa/#respond Fri, 04 Jun 2021 21:39:45 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/Stray-300x215.png https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=301 O primeiro semestre ainda nem terminou e já começaram a aparecer listas das melhores estreias (até agora) de 2021 no streaming.

Nesta semana, o site “Vulture” publicou a sua, ressaltando títulos que merecem atenção, em meio à enxurrada de entulhos que dão volume ao catálogo dos serviços e atrapalham tanto a escolha.

Confira dez filmes da seleção que estão disponíveis em plataformas brasileiras:

 

“Santa Maud”

Uma jovem enfermeira fica obcecada pela ideia de salvar a alma de uma paciente. O longa de estreia da britânica Rose Glass combina possessão e fervor religioso e reafirma o horror dirigido por mulheres como um dos gêneros mais férteis da produção contemporânea.

Onde assistir: AppleTV –  Claro VideoGoogle PlayLookeMicrosoft Store – YouTube Filmes

 

“A Escavação”

Carey Mulligan e Ralph Fiennes dão verniz a esse típico drama histórico britânico sobre um tesouro arqueológico descoberto na propriedade de uma bela viúva, às vésperas da Segunda Guerra.

Onde assistir:  Netflix 

 

 

“Duas Tias Loucas de Férias”

Kristen Wiig e Annie Mumolo atualizam o anarquismo das comédias malucas interpretando duas amigas que saem de sua pacata cidadezinha e vivem situações fora do controle durante uma viagem à Flórida. 

Onde assistir: AppleTVGoogle PlayMicrosoft Store – YouTube Filmes

 

 

“Um Fascinante Novo Mundo”

Em meados do século 19, o cotidiano pastoral de um casal é abalado com a chegada de novos vizinhos. O segundo longa da norueguesa Mona Fastvold ganhou o Leão Queer no Festival de Veneza de 2020 e vem sendo comparado a “Retrato de Uma Jovem em Chamas” por sua delicadeza na representação do homoerotismo feminino.

Onde assistir: Claro VideoGoogle PlayMicrosoft StoreNowYouTube Filmes

 

“Minha Zoe, Minha Vida”

Depois de sair de um relacionamento tóxico, uma geneticista dedica-se por completo à filha. Um acontecimento inesperado, no entanto, muda radicalmente o equilíbrio dessa família monoparental. A irresistível Julie Delpy reafirma as qualidades já reconhecidas de sua faceta como diretora e roteirista.

Onde assistir:  AppleTVLooke – YouTube Filmes 

 

 

“Não Feche os Olhos”

Após fugir de casa e para não dormir na rua, uma jovem encontra a solução em um anúncio que busca voluntário para um estudo sobre o sono. No lugar de sustos fáceis, esta mistura de terror e ficção científica questiona a distinção, cada vez mais imprecisa, entre delírios e realidade.

 Onde assistir: AppleTVGoogle PlayNow

 

 

“Raya e o Último Dragão”

A Disney expande seu universo e sua dominação global incorporando a diversidade cultural com este conto de fadas que não se resume a escapismo. A ação incessante e o deslumbramento visual vêm acompanhados de alertas sobre degradação ambiental, atualizando a onda do “ecoblockbuster” que emergiu, no século 21, com “Avatar”.  

Onde assistir: Disney+

 

 

“Bad Trip”

A fórmula do “buddy movie” combinada com o formato de videos de pegadinhas distingue esta comédia trash sobre dois amigos que roubam um carro e, estrada afora, topam com tipos e situações que oscilam entre o humor físico e o assumidamente ofensivo.

Onde assistir:  Netflix

 

 

“Empenho: Pelos Olhos dos Cães”

A chinesa Elizabeth Lo venceu a quentíssima competição internacional do festival canadense Hot Docs com este registro, aparentemente livre, mas muito rigoroso, da perambulação de cães vira-latas pelas ruas de Istambul. A exclusão, como o filme demonstra, não é apenas uma situação social, mas também um ponto de vista.

Onde assistir:  AppleTV

 
“O Discípulo”

Depois do incisivo “Tribunal” , o diretor Chaitanya Tamhane captura com nuances o desencantamento do mundo por meio do relato de um músico cuja crença na beleza não encontra mais eco. Prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza de 2020.

Onde assistir: Netflix

 

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Ciclos celebram os 90 anos de ‘Limite’ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/ciclos-celebram-os-90-anos-de-limite/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/17/ciclos-celebram-os-90-anos-de-limite/#respond Mon, 17 May 2021 19:44:16 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/Limite-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=294 “Limite”, filme único em mais de um sentido, completa 90 anos. Obra de vanguarda plástica e narrativa realizada por Mário Peixoto aos 21 anos, “Limite” foi exibido pela primeira vez em 17 de maio de 1931, antes de sumir do mapa.

O filme não foi lançado comercialmente e foi visto apenas em sessões fechadas ou mostrado a celebridades, como Orson Welles, que assistiu a uma apresentação exclusiva quando esteve no Brasil, em 1942. para filmar “It’s All True”.

No final da década de 1950, o processo de decomposição química da única cópia existente, em nitrato, acelerou o processo de mitologização de “Limite”. O filme tornou-se invisível, e sua grandeza não cessou de ser alimentada pela memória de seus espectadores.

Mas “Limite” sobreviveu graças ao empenho de Saulo Pereira de Mello, “espectador que”, segundo o crítico e historiador José Carlos Avellar, “se dedicou ao filme por inteiro, que preservou, estudou, restaurou, realizou sua paixão assim como nenhum outro espectador jamais conseguiu realizar com nenhum outro filme”.

Aos 90, “Limite” está mais vivo e influente do que a maioria dos filmes que ainda não fizeram 20.

Sua restauração foi patrocinada pelo World Cinema Project, fundado por Martin Scorsese, o Festival de Cannes o exibiu em 2007 em sua seção Classic e o filme hoje integra o catálogo da prestigiosa Criterion Collection.

“Limite” foi reconhecido, numa enquete feita pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) em 2015, como o mehor filme brasileiro de todos os tempos.

Em comemoração aos 90 de “Limite”, a Cinemateca do MAM-RJ e o CTAV programaram a exibição do filme e um conjunto de atividades.

 

Confira a programação:

 

Na Cinemateca do MAM-RJ

 

“Limite” : no Vimeo (disponível até 23/5)

 

Episódio 1 da série inédita “/lost+found” : no Vimeo (disponível até 18/5)

 

Debate Em Memória de Saulo Pereira de Mello – 17/5, às 19h : no YouTube

 

Debate Saulo e “Limite” – 18/5, às 16h : no YouTube

 

90 anos esta noite – masterclass de Denilson Lopes – 19/5, às 19h no YouTube 

 

No CTAV

 

17/5

“Limite” 

“Making of Limite”

 

18/5

“O Homem e o Limite” 

 

19/5

“SRTV 93- Ruy Santos”

“SRTV 123: Cinemateca do MAM – Entrevista Joaquim Pedro De Andrade, Marcos Farias e Leon Hirszman”

 

20/5

“Limite, uma História de Amor entre Mangaratiba e Mário Peixoto”
21/5

“Exibição de Limite em Mangaratiba” 

 

22/5

“Mar de Fogo”

 

 

23/5

“Onde a Terra Acaba”

 

 

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Reencontre os filmes eliminados de “A Mulher na Janela” https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/16/reencontre-os-filmes-eliminados-de-a-mulher-na-janela/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/16/reencontre-os-filmes-eliminados-de-a-mulher-na-janela/#respond Sun, 16 May 2021 20:50:08 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/DF-07063_R_Easy-Resize.com_-300x215.jpg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=286 A principal estreia desta semana na Netflix é um filme que todo mundo já viu.

“A Mulher na Janela” recicla elementos convencionais do cinema de suspense, como a personagem feminina isolada e vulnerável, a manipulação mental e a virada na qual um personagem bonzinho vira monstro.

Baseado no best-seller de A.J. Finn, pseudônimo do escritor e editor Daniel Mallory, o filme joga fora um dos recursos mais divertidos do livro: o uso de referências cinematográficas. O universo imaginário de Anna Fox é povoado de filmes, e o romance usa o repertório cinéfilo da protagonista para brincar com a confusão entre fatos e alucinações.

O roteiro pobre de Tracy Letts (que também faz o papel do psiquiatra) descarta o prazer narrativo das referências e reduz “A Mulher na Janela”, o filme, a apenas mais um suspense mequetrefe.

Selecionamos algumas referências cinematográficas citadas em “A Mulher na Janela”, o romance, para quem quiser descobrir (ou redescobrir) os originais.

Confira:

 

“Vi um filme. Um filme antigo, ressuscitado em Technicolor. Vi ‘Janela Indiscreta’; vi ‘Dublê de Corpo’; vi ‘Blow-up’. Vi uma montagem com centenas de imagens de arquivo de filmes em que sempre havia alguém bisbilhotando a vida dos outros. Vi um assassinato sem assassino e sem vítima. Vi uma sala vazia, um sofá vazio. Vi o que quis ver, o que precisava ver. ‘Você não se sente muito sozinha aqui?’, foi o que Humphrey Bogart perguntou a Lauren Bacall; a ela ou a mim.”

“Janela Indiscreta” : AppleTVClaro VideoGoogle Play

“Dublê de Corpo” : AppleTV

“Blow-up” : AppleTV

“Uma Aventura na Martinica” : AppleTV

 

 

A noite vai caindo aos poucos, sombria. Fecho as cortinas, abro o laptop e coloco ao meu lado na cama. A máquina aquece os lençóis à medida que assisto ao filme ‘Charada’. ‘O que eu preciso fazer pra deixar você feliz?’, pergunta Cary Grant. ‘Me tornar a próxima vítima?’ Sinto um calafrio na espinha.”

“Charada” : AppleTVBelas Artes à la CarteClaro VideoGoogle Play

 

“Mais uma ‘leçon’ de francês hoje e, à noite, ‘Les Diaboliques’. Um marido cafajeste, uma mulher frágil, uma amante, um assassinato, um cadáver desaparecido. Existe coisa melhor do que um cadáver desaparecido?”

As Diabólicas: Belas Artes à la CarteOldflix

 

“Os acontecimentos de ontem à noite parecem os delírios de uma febre, uma nuvem de fumaça. O filme no teto do quarto. O barulho de vidro quebrando. O breu do depósito. A espiral da escada. E ele ali, chamando por mim, esperando por mim.

Levo a mão à garganta. ‘Não vá dizer que eu estava sonhando, que ele nunca esteve aqui.’ Onde foi que ouvi isso…? Ah, sim: de novo, ‘À Meia-Luz’.”

“À Meia-Luz” : AppleTV

 

 

Porque não foi sonho. (“Isto não é sonho! Realmente está acontecendo!” Mia Farrow em ‘O Bebê de Rosemary’.) Minha casa foi invadida. Foi vandalizada. Eu fui ameaçada. Fui agredida. E não há nada que eu possa fazer a respeito.”

“O Bebê de Rosemary” : TeleCine

 

 

“Depois que Ethan vai embora, vejo ‘Laura’ outra vez. Um filme que não deveria ter dado certo: a canastrice de Clifton Webb, a pobreza do sotaque sulino de Vincent Price, a falta de química entre os protagonistas. Mas a coisa realmente funciona muito bem. Sem falar na música. Ah, a música… ‘Eles me mandaram o roteiro, não as partituras’, reclamou certa vez Hedy Lamarr, depois de recusar o papel principal. Deixo a vela acesa, um fiapo de chama pulsando no pavio. Depois, cantarolando o tema de ‘Laura’, pego o celular, entro na internet e saio à procura dos meus pacientes.”

“Laura” : Belas Artes à la Carte

 

 

“Adorávamos elaborar listas. As adaptações das histórias de Dashiell Hammett, ranqueadas desde a melhor (‘A Ceia dos Acusados’, a primeira delas) até a pior (‘Song of the Thin Man’). Os melhores filmes da excelente safra de 1944. Os melhores momentos de Joseph Cotten.

Também posso fazer algumas listas sozinha, claro. Por exemplo, os melhores filmes de Hitchcock não realizados por Hitchcock. Vamos lá:

‘O Açougueiro’, um dos primeiros filmes de Claude Chabrol que, diz a lenda, Hitch gostaria de ter dirigido.”

“O Açougueiro”: LookeNetMovies

 

 

Agora os filmes posteriores a Hitchcock: ‘O Silêncio do Lago’, com seu final de tirar o fôlego. ‘Busca Frenética’, a homenagem de Polanski ao mestre. ‘Terapia de Risco’, de Steven Soderbergh, que começa como um libelo contra a farmacologia e vai deslizando feito uma enguia na direção de um gênero completamente diferente.”

 

“Busca Frenética” : AppleTV

“Terapia de Risco” : AppleTV – Claro VideoHBOGo

 

O filme preferido de Hitchcock. Thornton Wilder é o roteirista: a mocinha ingênua descobre que seu herói não é quem ela pensa ser. ‘A gente até que se dá bem, mas nada acontece’, reclama ela. ‘Caímos numa rotina terrível. Comemos e dormimos, e isso é praticamente tudo. Sequer temos uma conversa de verdade.’ Até o dia em que seu tio Charlie aparece para uma visitinha.”

“A Sombra de uma Dúvida” : Looke

 

Confira na lista “A Mulher (Cinéfila) na Janela” todos os filmes citados no romance.

 

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Animação mostra o poder que perdemos para a tecnologia https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/02/animacao-mostra-o-poder-que-perdemos-para-a-tecnologia/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/05/02/animacao-mostra-o-poder-que-perdemos-para-a-tecnologia/#respond Sun, 02 May 2021 18:59:42 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/the-mitchells-vs-the-machines-oscar-winner-olivia-colman-tak_6dpt.h960-300x215.jpg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=280 Alessandra Lobato

A animação “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”,  dos mesmos produtores do premiado “Homem-Aranha: no Aranhaverso” tem comédia e emoção na medida certa. O filme conta a história da família Mitchell que resolve fazer uma viagem de carro antes da partida de Katie, a estranha no ninho, para a faculdade de cinema. Só que a ocasião é interrompida por um apocalipse das máquinas, após uma inteligência artificial se revoltar, revelando a dependência e veneração humana à tecnologia.

O diferencial da animação é a sensação de estar em uma rede social, os vídeos caseiros de Katie nos lembram os memes e trazem leveza e humor ao filme. O longa reflete sobre como a conexão com pessoas à distância ficou mais fácil, mas o vínculo dentro de casa não, o que traz cenas cativantes e cheias de emoção. Além disso,  “A Família Michel e a Revolta das Máquinas” tem várias referências a filmes devido a paixão de Katie pelo cinema, verdadeiros “easter eggs” para cinéfilos.

Onde ver: Netflix

 

Gosta de identificar referências entre filmes? Veja alguns títulos que inspiraram o time de criadores de “A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”.

 
“Everybody Dies in 90 Seconds”, primeiro curta de Michael Rianda, co-diretor de “A Família Michel e a Revolta das Máquinas”.

 

 

 

“Homem-Aranha: no Aranhaverso”

Os produtores Phil Lord e Christopher Miller são os mesmos do filme que venceu o Oscar de melhor animação em 2019. 

Onde assistir: AppleTVGoogle PlayMicrosoft StoreNowTeleCine – YouTube

 

 

Em “Tá Chovendo Hambúrguer” (2009), desenho escrito e dirigido pela dupla Lord e Miller, uma máquina também saía de controle.

Onde assistir: AppleTVClaro VideoGoogle PlayLookeNetflixNow – YouTube

 

 

Lord e Miller escreveram o roteiro de “Uma Aventura Lego 2”, cujo vilão faz os mesmos tipos de maldades.

Onde assistir: Google PlayLookeMicrosoft StoreNowTeleCine – YouTube

 

 

As bagunças dos Mitchell trazem ecos das trapalhadas em família de “Pateta – O Filme”

Onde assistir: Disney+

 
O exército de robôs de “O Castelo no Céu”, do mestre japonês Hayao Miyazaki, é outra imagem cuja influência aparece em“A Família Michel e a Revolta das Máquinas”.

Onde assistir: Netflix

 

 

As comédias “Férias Frustradas” e de “Férias no Trailer” acompanham famílias que criam muitas confusões quando põem o pé na estrada.

Onde assistir:

“Férias Frustradas”

Onde assistir: Apple TV – YouTube

 

“Férias no Trailer”

Onde assistir: Apple TVClaro Video – HBO Go

 

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Quem não ganha o Oscar é perdedor? https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/quem-nao-ganha-o-oscar-e-perdedor/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/24/quem-nao-ganha-o-oscar-e-perdedor/#respond Sun, 25 Apr 2021 01:16:10 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/Escravos-do-Desejo-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=274 Há 93 anos a história do Oscar acumula mais perdedores do que vencedores. O critério das indicações sempre excluiu mais do que incluiu, pois, no final da noite, quem segura a estatueta é um contra dois perdedores (na primeira vez, em 1929), um contra quatro (a partir de 1930) ou um contra um monte, como temos visto desde 2010.

Muitos e muitos vencedores se perderam na poeira do tempo, enquanto outros, perdedores de uma noite só, hoje estão aí, preservados pela história, que é quem de fato decide quem vai ser lembrado ou esquecido.

Fizemos uma listinha bem básica de filmes perdedores do Oscar e que estão disponíveis em plataformas brasileiras de streaming. O único critério de inclusão foi a exclusão. Ou seja, não entraram títulos que venceram em alguma categoria, mesmo naquelas que a gente chama de técnicas. Afinal, se não fossem as técnicas, os filmes não existiriam.

 

“Escravos do Desejo” 

Indicado a: atriz (Bette Davis)

Onde assistir: MUBI

 

 

“Ninotchka” 

Indicado a: filme, atriz (Greta Garbo) e roteiro

Onde assistir: AppleTV

 

“O Grande Ditador” 

Indicado a: filme, ator (Charles Chaplin), ator coadjuvante, (Jack Oakie), roteiro original e trilha sonora

Onde assistir: TeleCine

 

“Soberba”

Indicado a: filme, atriz coadjuvante (Agnes Moorehead), fotografia e direção de arte

Onde assistir: Looke – NetMovies

 

“Desencanto”

Indicado a: direção (David Lean), atriz (Celia Johnson) e roteiro

Onde assistir: Looke – NetMovies

 

“Rio Vermelho”

Indicado a: roteiro e edição

Onde assistir: Looke – NetMovies – Oldflix

 

“Paisà”

Indicado a: roteiro

Onde assistir: TeleCine

 

“A Roda da Fortuna”

Indicado a: roteiro, trilha sonora e figurino

Onde assistir: AppleTV – Looke

 

“Nasce uma Estrela”

Indicado a: atriz (Judy Garland), ator (James Mason), direção de arte, figurino, canção e trilha sonora

Onde assistir: AppleTV – Looke

 

“Juventude Transviada”

Indicado a: ator (James Dean), atriz (Natalie Wood) e roteiro

Onde assistir: AppleTVGoogle Play – Microsoft Store

 

“Doze Homens e uma Sentença”

Indicado a: filme, direção (Sidney Lumet) e roteiro

Onde assistir: AppleTV – TeleCine

 

“Um Corpo que Cai”

Indicado a: direção de arte e som

Onde assistir: AppleTV – Claro Video – Now

 

“Anatomia de um Crime”

Indicado a: filme, ator (James Stewart), ator coadjuvante (Arthur O’Connell e George C. Scott), roteiro, fotografia e edição

Onde assistir: AppleTV

 

“Psicose”

Indicado a: atriz (Janet Leigh), direção (Alfred Hitchcock), fotografia e direção de arte

Onde assistir: AppleTV – TeleCine

 

“Dr. Fantástico”

Indicado a: filme, ator (Peter Sellers), direção (Stanley Kubrick) e roteiro

Onde assistir: AppleTV – Claro Video – Google Play – Microsoft Store 

 

“Blow up – Depois Daquele Beijo”

Indicado a: direção (Michelangelo Antonioni) e roteiro

Onde assistir: AppleTV

 

“A Batalha de Argel”

Indicado a: direção (Gillo Pontecorvo), roteiro e filme estrangeiro

Onde assistir: Looke

 

“Sem Destino”

Indicado a: ator coadjuvante (Jack Nicholson) e roteiro

Onde assistir: AppleTV – Google Play – TeleCine

 

“Laranja Mecânica”

Indicado a: filme, direção (stanley Kubrick), roteiro e edição

Onde assistir: Google Play – HBO Go – Looke  – Microsoft Store

 

“Amargo Pesadelo”

Indicado a: filme, direção (John Boorman) e edição

Onde assistir: AppleTV – Microsoft Store

 

“Uma Mulher Sob Influência”

Indicado a: atriz (Gena Rowlands) e direção (John Cassavetes)

Onde assistir: Looke – NetMovies

 

“Taxi Driver”

Indicado a: filme, ator (Robert De Niro), atriz coadjuvante (Jodie Foster) e trilha sonora

Onde assistir: AppleTV –  Claro Video – Google Play – Now – Oldflix

 

“A Cor Púrpura”

Indicado a: filme, atriz (Whoopi Goldberg), atriz coadjuvante (Margaret Avery e Oprah Winfrey), roteiro, fotografia, direção de arte, figurino, canção, trilha sonora e maquiagem

Onde assistir: Globo Play – Google Play – Now

 

“Faça a Coisa Certa”

Indicado a: ator coadjuvante (Danny Aiello) e roteiro

Onde assistir: AppleTV – Claro Video – Google Play – Looke – TeleCine

 

“Malcolm X”

Indicado a: ator (Denzel Washington) e figurino

Onde assistir: Amazon Prime Video – MUBI

 

“Os 12 Macacos”

Indicado a: ator (Brad Pitt) e figurino

Onde assistir: AppleTV – Claro Video – Netflix – Now

 

“Segredos e Mentiras”

Indicado a: filme, atriz (Brenda Blethyn), atriz coadjuvante (Marianne Jean-Baptiste), direção (Mike Leigh) e roteiro

Onde assistir: Festival Sesc Melhores Filmes (disponível até 5/5)

 

“Além da Linha Vermelha”

Indicado a: filme, direção (Terrence Malick), roteiro, fotografia, som, edição e trilha sonora

Onde assistir: NowTeleCine

 

“O Show de Truman”

Indicado a: direção (Peter Weir), ator coadjuvante (Ed Harris) e roteiro

Onde assistir: AppleTV – Claro Video – Google PlayMicrosoft Store – Netflix – Now  

 

 

“Longe do Paraíso”

Indicado a: atriz (Julianne Moore), roteiro, fotografia e trilha sonora

Onde assistir: Belas Artes à la Carte

 

“Marcas da Violência”

Indicado a: ator coadjuvante (William Hurt) e roteiro

Onde assistir: AppleTV – Globo PlayMicrosoft Store

 

“A Árvore da Vida”

Indicado a: filme, direção (Terrence Malick) e fotografia

Onde assistir: Amazon Prime VideoGlobo PlayLooke – Microsoft Store – MUBI – TeleCine

 

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Crianças com superpoderes desvendam o mundo https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/17/criancas-com-superpoderes-desvendam-o-mundo/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/17/criancas-com-superpoderes-desvendam-o-mundo/#respond Sat, 17 Apr 2021 22:51:10 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/As-Fantasias-de-Nicolas-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=268 Alessandra Lobato

Encantar-se com a ciência, ganhar forças com as perdas e acreditar na fantasia são superpoderes que as crianças têm e que, em geral, os adultos perdem com o tempo.

A seleção desta semana da Criançando traz um garoto árabe que descobre seus geniais antepassados, um menino com síndrome de Down que ensina o primo a não temer pesadelos e uma garotinha chinesa que ajuda um monstro a escapar das garras dos humanos.

 

  

“Nour e o Portal da História”

O que a gente sabe sobre a contribuição dos árabes para a história da ciência, medicina e astronomia? Nour é um garoto que descobre e nos convida a desvendar este universo quase desconhecido. Em cada um dos 30 episódios desta série de animação 3D produzida no Egito, Nour e a irmã viajam no tempo levados pelo tio inventor.

O desenho instiga a curiosidade de crianças e adultos ao apresentar personagens pouco conhecidos e o papel deles no progresso das ciências.

Onde assistir: “Nour e o Portal da História”

 

“As Fantasias de Nicolás”

 

Nicolás é um menino com Síndrome de Down que nos apresenta um mundo fantástico e cheio de possibilidades por meio de fantasias feitas pela mãe, que o transformam em pirata ou em um cavaleiro com armadura. Após a morte dela, ele tem a missão de mostrar ao primo David que os pesadelos também fazem parte dos sonhos.

“As Fantasias de Nicolás” traz uma história sensível que ressalta o respeito e a empatia e mostra que aqueles que buscam esconder emoções também vivem de fantasias. Com imagens em 2D e 3D, a animação mexicana traz a doçura e a magia da imaginação infantil.

 
Onde assistir: Disney+

 

 

“O Jardim Secreto”

O filme britânico é a oitava adaptação cinematográfica do livro da autora Frances Hodgson Burnett, que conta a história de Mary Lennox e Colin Craven. Após a morte dos pais, Mary precisa se mudar para a Inglaterra e morar com o tio Archibald Craven. Na mansão Yorkshire, ela conhece Colin, seu primo, que, desde a morte da mãe dele, está acamado por uma doença que não permite que ele caminhe. Juntos eles vão descobrir os mistérios do jardim secreto que não é aberto há muitos anos.

O longa mostra várias faces do luto e deixa isso claro também na fotografia. Ao tratar de momentos tristes, investe em tons mais escuros e pouca iluminação. Já as lembranças e as cenas no jardim ganham cores vivas e luminosidade. Na narrativa, “O Jardim Secreto” é um local lúdico para se entender as emoções das crianças, a dor e o processo de aceitar a perda dos pais. Nessa versão, o ator Colin Firth (vencedor do Oscar por “O Discurso do Rei”) interpreta o tio Archibald.

Onde assistir: Claro VideoGoogle PlayLookeMicrosoft StoreNow 

 

“Abominável”

 

A órfã Yi decidiu se manter ocupada e afastada da família. Mas certo dia, ela encontra uma criatura em seu terraço, um grande Yeti. Yi e seus vizinhos Peng e Jin vão ajudar o Abominável Homem das Neves a retornar para o monte Everest. O monstrinho ao cantarolar para falar com a natureza consegue fazer coisas incríveis e grandiosas, que permitirão que eles enfrentem o milionário que capturou o Yeti. 

“Abominável” encanta com a trilha sonora e a história de amizade e compreensão. Trazendo de forma lúdica e sentimental a passagem pelo luto da garotinha Yi, a narrativa é permeada de sensibilidade. O longa tem pontos em comum com “A Caminho da Lua” (2020), produção que concorre ao Oscar de Melhor Filme de Animação, em que a personagem Fei Fei busca superar a perda da mãe ao ir para o satélite natural. Além disso, as duas animações são ambientadas na China e têm personagens principais femininas e cativantes.

Onde assistir: TeleCine

 

“A Canção do Oceano” – Youtube

“Criança humana, o mundo tem mais tristezas do que se pode compreender”, diz um dos versos da música introdutória da animação irlandesa que conta a história dos irmãos Ben e Saoirse. Ele não consegue amar a irmã mais nova porque a associa ao desaparecimento da mãe. A animação 2D em traços rápidos e detalhistas traz a magia e a fantasia da mitologia céltica ao revelar que a pequena menininha é uma selkie, criatura capaz de se transformar em foca.

“A Canção do Oceano” é uma história carregada de emoção ao refletir sobre os sentimentos que guardamos como se fosse possível mantê-los em potes e esquecidos na prateleira. A animação é o segundo longa de Tomm Moore, que depois dirigiu “WolfWalkers”, que disputa o Oscar de Melhor Filme de Animação no próximo domingo.

Onde assistir: AppleTV – Claro VideoGoogle PlayYouTube

 

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Curta indicado ao Oscar usa repetição para expor o racismo https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/11/curta-indicado-ao-oscar-usa-repeticao-para-expor-o-racismo/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/11/curta-indicado-ao-oscar-usa-repeticao-para-expor-o-racismo/#respond Sun, 11 Apr 2021 23:36:36 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/two-distant-strangers-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=262 No longínquo 1993, “Feitiço do Tempo” foi considerado um filme original ao explorar o paradoxo da repetição em uma camada da vida, o tempo, em que tudo parece condenado a não voltar.

 

Sinal dos tempos, nos anos recentes apareceram várias ficções nas quais personagens ficam presos numa lógica perversa de repetições. Do terror à comédia, passando pelo drama adolescente e pela animação, a ideia de não conseguir escapar de uma situação dá corpo ao medo, que todo mundo tem, de não conseguir superar um incômodo.

 

“Dois Estranhos” pode parecer só mais um produto dessa ondinha. Mas o curta de Travon Free e Martin Desmond Roe vai além da repetição da fórmula. O filme de 32 minutos, que concorre ao Oscar de melhor curta, mostra uma série de situações protagonizadas por Carter, um cartunista negro.

 

Ao final de uma noite gostosa ao lado de uma garota linda, Carter volta para casa para cuidar do seu cão que ficou sozinho. Ao sair do prédio dela, ele é interpelado por um policial e logo a situação sai do controle.

 

A repetição aqui deixa de ser um mero recurso narrativo e se torna um recurso de denúncia, uma demonstração que o racismo é uma situação banal, que se repete infinitamente e que ser vítima de preconceito racial equivale a uma condenação.

 

Travis Free, roteirista e co-diretor de “Dois Estranhos”, evoca uma experiência pessoal como inspiração. “Como um homem negro, eu experimentei e vi uma quantidade enorme de mortes e de violência armada. Já tive a arma de um policial apontada para minha cara. Fiquei olhando para o cano de uma arma da polícia e isso não é algo que todo mundo sentiu ou deveria experimentar.”

 

“Dois Estranhos”

Direção: Travis Free e Martin Desmond Rae

EUA, 2020, 32 min

Onde assistir: Netflix

 

 
Confira outros ficções recentes baseadas em repetições temporais:

 

“No Limite do Amanhã” (2014)

Tom Cruise é um soldado inexperiente que morre no primeiro combate e é condenado a repetir exaustivamente a experiência de lutar e não sobreviver.

Onde assistir: AppleTV –  LookeMicrosoft StoreNetflix

 

“Antes que Eu Vá” (2017)

Sam tem uma vida legal e mal sabe que tudo pode acabar de uma hora para outra. Mas ela tem uma última chance para mudar o destino.

Onde assistir: AppleTVGoogle PlayLookeMicrosoft StoreNowTeleCine

 

“Loopeados” (2015)

Nesta série de animação, Luc e seu amigão Theo ficam presos numa armadilha temporal em que todo dia é segunda-feira.

Onde assistir: Globo Play

 


“Nu” (2017)

No dia do seu casamento, Ron fica preso, peladão, no elevador e tem de enfrentar a repetição de diversos vexames.

Onde assistir: Netflix

 

“A Morte Te Dá Parabéns” (2017)

Uma jovem morre assassinada e revive incessantemente cada passo da história que sabe que acaba mal.

Onde assistir: AppleTVClaro VídeoGoogle PlayLooke

 

“A Morte Te Dá Parabéns 2” (2019)

Como tudo que é ruim nunca acontece uma vez só, esta sequela do terror de 2017 repete a premissa.

Onde assistir: Amazon Prime VideoAppleTVGoogle PlayLooke

 

“O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas” (2021)

Mark conhece Margaret são dois adolescentes que ficam presos numa temporalidade repetitiva. Ele quer sair, e ela quer ficar.

Onde assistir: Amazon Prime Video

 

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Coelhinhas e coelhões se juntam para animar a Páscoa https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/04/coelhinhas-e-coelhoes-se-juntam-para-animar-a-pascoa/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/04/04/coelhinhas-e-coelhoes-se-juntam-para-animar-a-pascoa/#respond Sun, 04 Apr 2021 12:49:16 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/04/burrow-1200-1200-675-675-crop-000000-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=258 Alessandra Lobato

A Criançando desta semana reuniu um punhado de aventuras com coelhos. Que eles tragam muitos ovos, saúde e paz.

 

“Turma da Mônica em Especial de Páscoa” 

Em uma reunião de curtas, a turminha mais amada do Brasil traz três histórias sobre coelhinhos. Mônica revela aos amigos que Sansão não é o seu único pelúcia ao apresentar Hércules, “O Coelhinho Amarelo”. Além disso, Cebolinha tenta mais um plano infalível ao trocar Sansão por “Um Coelhinho de Verdade”. Ou seria de “veldade”?

 Em “Um Conto de Páscoa”, Maurício de Souza narra a história dos ovos de Páscoa no bairro do Limoeiro. Os símbolos da data são explicados pela turma de forma lúdica e divertida, contando a origem do bacalhau, da colomba pascoal, do ovo e do próprio coelhinho.

Onde assistir: Amazon Prime Video

 

 

“Toca”

Uma coelhinha decide construir sua primeira toca, mesmo, sem muita experiência, mas não se sente confiante de compartilhar o projeto com os outros animaizinhos. Na busca de fazer sua casa bem longe dos possíveis vizinhos, ela cava mais e mais, causando vários problemas. A coelha percebe que fazer tudo sozinha nem sempre é a melhor solução e que errar faz parte do processo de aprendizagem.

O curta fala sobre o medo de se pedir ajuda e a construção de amizades e relacionamentos ao longo da jornada. Apesar de não ter falas, uma orquestra acompanha as aflições da coelhinha e a ilustração apresenta pinturas de fundo e animações feitas à mão. A história foi baseada na experiência da diretora Madeline Sharafian como artista e a sua dificuldade em pedir ajuda. “Toca” concorre ao Oscar de Melhor Curta Metragem de Animação.

Onde assistir: Disney+

 

 

“Max e Ruby” 

O coelhinho Max é o irmão mais novo da coelha Ruby. A rotina deles oferece um aprendizado às crianças menores. Juntos eles compartilham uma amizade, muitos lanches, brincadeiras e travessuras. A animação 2D é inspirada nos livros da autora e ilustradora americana Rosemary Wells que ficou conhecida pela série literária dos irmãos coelhos.

Onde assistir: Netflix

 

“Sylvanian Families”

A animação mostra a Vila Sylvanian, lugar onde mora a família Chocolate, composta por coelhinhos. Freya Chocolate gosta de passar o tempo com os amiguinhos e desenhar. Com ela, as crianças podem aprender sobre a natureza e o amor ao próximo. “Sylvanian Families” é baseado em uma linha de brinquedos que existe desde 1985, e os episódios têm em torno de três minutos.

Onde assistir: Netflix

 

“Pedro Coelho”

O longa conta a história de um jovem coelho de jaqueta azul que perdeu os pais, quando eles entraram na horta do sr. McGregor. Para alimentar as irmãs trigêmeas e o primo, ele vai invadir a horta mesmo sabendo dos perigos. A sorte é que a vizinha Bea, interpretada por Rose Byrne, ama os animais, além da pintura, e promete cuidar deles. Contudo, após a morte de McGregor, seu sobrinho-neto, Tomás, interpretado por Domhnall Gleeson, herda a casa de campo. Pedro e Tomás vão batalhar pelo afeto de Bea, com isso aprontando várias confusões.

O filme ganha dinamismo com uma mistura de animação 3D e personagens em “live-action” (com atores) e é uma lição de que o amor deve ser compartilhado, além de ter críticas sobre o desenvolvimento imobiliário que toma o espaço dos animais. A narrativa é baseada na principal obra de Beatrix Potter, escritora e ilustradora inglesa de livros infantis.

Onde assistir: AppleTVClaro VideoGoogle PlayMicrosoft Store –  Netflix

 

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