Histórias de Cinema https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br Filmes para ver no streaming e tesouros que não estão no mapa Tue, 06 Jul 2021 12:51:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Uma lista de melhores de 2021 (para quem tem pressa) https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/06/04/uma-lista-de-melhores-de-2021-para-quem-tem-pressa/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2021/06/04/uma-lista-de-melhores-de-2021-para-quem-tem-pressa/#respond Fri, 04 Jun 2021 21:39:45 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/Stray-300x215.png https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=301 O primeiro semestre ainda nem terminou e já começaram a aparecer listas das melhores estreias (até agora) de 2021 no streaming.

Nesta semana, o site “Vulture” publicou a sua, ressaltando títulos que merecem atenção, em meio à enxurrada de entulhos que dão volume ao catálogo dos serviços e atrapalham tanto a escolha.

Confira dez filmes da seleção que estão disponíveis em plataformas brasileiras:

 

“Santa Maud”

Uma jovem enfermeira fica obcecada pela ideia de salvar a alma de uma paciente. O longa de estreia da britânica Rose Glass combina possessão e fervor religioso e reafirma o horror dirigido por mulheres como um dos gêneros mais férteis da produção contemporânea.

Onde assistir: AppleTV –  Claro VideoGoogle PlayLookeMicrosoft Store – YouTube Filmes

 

“A Escavação”

Carey Mulligan e Ralph Fiennes dão verniz a esse típico drama histórico britânico sobre um tesouro arqueológico descoberto na propriedade de uma bela viúva, às vésperas da Segunda Guerra.

Onde assistir:  Netflix 

 

 

“Duas Tias Loucas de Férias”

Kristen Wiig e Annie Mumolo atualizam o anarquismo das comédias malucas interpretando duas amigas que saem de sua pacata cidadezinha e vivem situações fora do controle durante uma viagem à Flórida. 

Onde assistir: AppleTVGoogle PlayMicrosoft Store – YouTube Filmes

 

 

“Um Fascinante Novo Mundo”

Em meados do século 19, o cotidiano pastoral de um casal é abalado com a chegada de novos vizinhos. O segundo longa da norueguesa Mona Fastvold ganhou o Leão Queer no Festival de Veneza de 2020 e vem sendo comparado a “Retrato de Uma Jovem em Chamas” por sua delicadeza na representação do homoerotismo feminino.

Onde assistir: Claro VideoGoogle PlayMicrosoft StoreNowYouTube Filmes

 

“Minha Zoe, Minha Vida”

Depois de sair de um relacionamento tóxico, uma geneticista dedica-se por completo à filha. Um acontecimento inesperado, no entanto, muda radicalmente o equilíbrio dessa família monoparental. A irresistível Julie Delpy reafirma as qualidades já reconhecidas de sua faceta como diretora e roteirista.

Onde assistir:  AppleTVLooke – YouTube Filmes 

 

 

“Não Feche os Olhos”

Após fugir de casa e para não dormir na rua, uma jovem encontra a solução em um anúncio que busca voluntário para um estudo sobre o sono. No lugar de sustos fáceis, esta mistura de terror e ficção científica questiona a distinção, cada vez mais imprecisa, entre delírios e realidade.

 Onde assistir: AppleTVGoogle PlayNow

 

 

“Raya e o Último Dragão”

A Disney expande seu universo e sua dominação global incorporando a diversidade cultural com este conto de fadas que não se resume a escapismo. A ação incessante e o deslumbramento visual vêm acompanhados de alertas sobre degradação ambiental, atualizando a onda do “ecoblockbuster” que emergiu, no século 21, com “Avatar”.  

Onde assistir: Disney+

 

 

“Bad Trip”

A fórmula do “buddy movie” combinada com o formato de videos de pegadinhas distingue esta comédia trash sobre dois amigos que roubam um carro e, estrada afora, topam com tipos e situações que oscilam entre o humor físico e o assumidamente ofensivo.

Onde assistir:  Netflix

 

 

“Empenho: Pelos Olhos dos Cães”

A chinesa Elizabeth Lo venceu a quentíssima competição internacional do festival canadense Hot Docs com este registro, aparentemente livre, mas muito rigoroso, da perambulação de cães vira-latas pelas ruas de Istambul. A exclusão, como o filme demonstra, não é apenas uma situação social, mas também um ponto de vista.

Onde assistir:  AppleTV

 
“O Discípulo”

Depois do incisivo “Tribunal” , o diretor Chaitanya Tamhane captura com nuances o desencantamento do mundo por meio do relato de um músico cuja crença na beleza não encontra mais eco. Prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza de 2020.

Onde assistir: Netflix

 

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Tudo o que é preciso saber para não ter medo de Godard https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2020/12/02/tudo-o-que-e-preciso-saber-para-nao-ter-medo-de-godard/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2020/12/02/tudo-o-que-e-preciso-saber-para-nao-ter-medo-de-godard/#respond Wed, 02 Dec 2020 22:39:34 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/soigne-ta-droite-1-300x215.jpg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=85 Alguns críticos, muitos cinéfilos e todos os teóricos o amam. O público, em grande parte, acha seus filmes chatos ou incompreensíveis. O aniversário de 90 anos de Jean-Luc Godard, efeméride turbinada pela celebração dos 60 anos de “Acossado”, pedra fundamental da Nouvelle Vague francesa, recolocaram em pauta a obra inclassificável desse inventor de formas que, apenas por comodismo, continuamos a chamar de “cineasta”.

Cinéfilo compulsivo e, posteriormente, crítico, o diretor franco-suíco assumiu, em meados do século passado, a tarefa de desconstruir a ideia pronta do que um filme pode ser.

O arsenal de imagens, personagens e procedimentos que Godard acumulou em seu HD mental inspiraram o desejo de ultrapassar o formato clássico de narrativa (o das histórias com começo, meio e fim, necessariamente nesta ordem). Não se tratava, apenas, de desconstruir por prazer rebelde. “E se o cinema fosse outra coisa?” é a pergunta que move o bando de jovens inquietos e raivosos no final dos anos 1950.

Para Godard e alguns outros, a resposta passa pela reconquista da originalidade do cinema, ou seja, pela recuperação de uma potência presente nas origens dessa mídia, mas que teria sido esquecida, amortecida pelas regras de clareza e continuidade do modelo narrativo predominante.

Retornar às origens significa, portanto, reencontrar a impressão de verdade e de vitalidade manifesta nos primeiros filmes, nos registros feitos com o cinematógrafo pelos irmãos Lumière, inventores da engenhoca no final do século 19, e pelos cinegrafistas que exploraram as possibilidades do aparelho.

Ali, em vez do relato, sentimos a vibração do instante, em vez da continuidade, percebemos o fragmento exuberante.

Isso, em parte, elucida a disparidade das situações e a estrutura implodida, características que dificultam a experiência do espectador diante dos filmes de Godard.

A fragmentação é um evidente efeito de modernidade (já praticada nas outras artes décadas antes da irrupção dos “modernos” no cinema). Mas também faz parte de uma estratégia estética: despertar o espectador da letargia com que consome e é consumido pelo relato linear.

Contra o naturalismo e sua ilusão de transparência, de encadeamento lógico, mas superficial, de causas e efeitos, Godard e seu bando à parte propuseram uma redefinição do realismo. Tratava-se, como sugeriu o dramaturgo alemão Bertolt Brecht, “de um realismo não como as coisas são na verdade, mas como as coisas são verdadeiramente”.

A fórmula, aparentemente complexa, consiste em suspender os significados prontos e em convocar o espectador para construir sentidos a partir de sua própria experiência. Em suma, libertá-lo do encadeamento.

Outro empecilho citado com frequência seria o excesso de referências (literárias, filosóficas, musicais e pictóricas) que Godard acumula em cena, o que provoca a sensação de estarmos assistindo a uma conferência, e não a um filme.

Trata-se, por sua vez, de outro cálculo do artista, que vê o cinema não como um veículo de histórias, mas como um produto histórico. O surgimento tardio dessa forma artística a distingue das outras, na visão de Godard, pois ela carrega no seus corpo os outros modos de expressão, é cumulativa, sobrepõe camadas, junta cacos e explode em partículas de beleza.

Mas, afinal, é necessário identificar e compreender a polifonia de referências que Godard espalha no nosso caminho para alcançar algum significado final, uma chave de leitura definitiva?

Nem o mais especialista dos especialistas deve conseguir decifrá-las, pois isso teria pouca utilidade. A tarefa, muito mais estimulante, que Godard propõe é construir, constituir sentidos em conjunto, colaborativamente.

Para quem ainda tem medo de Godard, só existe um conselho útil: assista a seus filmes e deixe seu cérebro funcionar.

 

“Acossado” (1960)

Onde: AppleTV – Google Play  – Microsoft

 

“Uma Mulher É uma Mulher” (1961)

Onde: Belas Artes à la CarteTeleCine

 

“O Pequeno Soldado” (1963)

Onde: TeleCine

 

“Bando à Parte” (1964)

Onde: TeleCine

 

“Uma Mulher Casada” (1964)

Onde: TeleCine

 

“A Chinesa” (1967)

Onde: TeleCine

 

“Tudo Vai Bem” (1972)

Onde: TeleCine

 

“Salve-se Quem Puder (A Vida)” (1980)

Onde: TeleCine

 

“Paixão” (1982)

Onde: TeleCine

 

“Carmen de Godard” (1983)

Onde: Looke

 

“Eu vos Saúdo Maria” (1985)

Onde: TeleCine

 

 

“Adeus à Linguagem” (2014)

Onde: AppleTV  – Globoplay – Google Play

 

“Imagem e Palavra” (2018)

Onde: Google Play – Netflix

 

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2.500 filmes para ver sem pagar https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2020/11/07/2-500-filmes-para-ver-sem-pagar/ https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/2020/11/07/2-500-filmes-para-ver-sem-pagar/#respond Sat, 07 Nov 2020 03:20:45 +0000 https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/Rebecca-300x215.jpeg https://historiasdecinema.blogfolha.uol.com.br/?p=67 A estreia da Disney+ no dia 17 de novembro é um evento aguardado não apenas pelo público família. O impacto da entrada da marca deve ser maior ainda para os serviços de streaming já estabelecidos.

Como se comportará o consumidor com a expansão crescente da oferta, que acontece em meio a um cenário de crise econômica? A tendência será assinar mais de um serviço ou migrar para o que conseguir atrair com custo baixo e muitas opções de escolha?

O reposicionamento da NetMovies indica o que deve vir  por aí. A empresa lançou uma alternativa para quem prefere um catálogo simples e robusto, em vez da avalanche de filmes novíssimos sem nenhum pedigree. Mas a diferença de fato está no modelo, pois os filmes agora são gratuitos.

Com cerca de 1.000 títulos já disponíveis, a meta, segundo o CEO da empresa, Marcelo Spinassé Nunes, é colocar, progressivamente, 2.500 filmes na plataforma até o final de novembro.

Como “não existe almoço grátis”, o fluxo do visionamento será interrompido brevemente para inserções de publicidade. O serviço já está disponível no site da NetMovies e o app pode ser baixado na versão Android e iOS.

Demos uma garimpada no acervo da NetMovies e selecionamos cinco títulos para quem quer fugir do óbvio.

 

“Demência 13” (1963)

O filme de estreia, aos 24 anos, do futuro diretor dos grandiloquentes “O Poderoso Chefão” e “Apocalipse Now” mostra uma capacidade de inventar e de reciclar ainda em estado selvagem. O filme pega carona no sucesso de “Psicose” (1960) com uma mistura de nudez e desordem mental e anuncia a família como o motivo central da obra de Francis Ford Coppola.

 

“Tenebre” (1982)

O italiano Dario Argento não é apenas um especialista no “giallo”, o terror italiano. “Tenebre” é um festim de mortes, uma orgia em que o sangue é, sobretudo, uma cor intensa. A trama é sobre um fã de um escritor de romances policiais que comete crimes mais violentos que a ficção. As facas, lâminas e machados cortam os corpos e Argento filma tudo com uma mistura de frieza e beleza que, em vez de medo, provoca prazer.

 

“O Ídolo Caído” (1948)

O primeiro fruto da bem-sucedida parceria entre o diretor Carol Reed e o escritor Graham Greene examina com lupa as inconstâncias da moral. A trama segue um garoto, filho de um embaixador em Londres, que é deixado aos cuidados do mordomo, que ele adora, e da esposa deste, que ele detesta. Quando a mulher morre acidentalmente, a suspeita, a inocência e a cumplicidade tornam-se ingredientes do sentimento ambíguo da criança em relação ao mundo adulto.

 

“Rebecca, a Mulher Inesquecível” (1940)

A refilmagem do romance de Daphne Du Maurier estreou há pouco na Netflix. Bom motivo para descobrir a rebuscada versão de Hitchcock em seu primeiro trabalho em Hollywood. O casamento como forma de dominação e a sexualidade como um recanto obscuro povoado por fantasmas são algumas das muitas nuances que o cineasta explora, enquanto finge contar apenas uma boa história de suspense.

 

“Bar Esperança” (1983)

Alguns filmes são mais que filmes, são retratos da alegria, do prazer de viver. A despretensão da direção de Hugo Carvana casa-se aqui com a espontaneidade de um elenco capaz de interpretar como quem bebe cerveja com os amigos. A exuberância que o filme exala também diz respeito à expectativa do país que naquele momento escapava das trevas e corria para a luz. Ver o filme hoje nos coloca diante de um espelho estranho, que reflete uma delicadeza tão brasileira, tão fácil de reconhecer, mas que parece perdida para sempre.

 

 

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