Chet Baker cinematográfico

Hoje, ele é uma lenda. Mas a existência atormentada de Chet Baker (1929-1988) e a doçura inconfundível de seu estilo musical e vocal só foram descobertas tarde demais pelo cinema. O documentário “Let’s Get Lost”, dirigido pelo fotógrafo Bruce Weber em 1988 e lançado poucos meses após a morte de Baker, inaugurou a entrada do trompetista no panteão dos últimos românticos cinematográficos.

Antes de cair no vazio e alcançar a glória póstuma, Baker existiu no cinema quase sempre como viveu: de modo marginal. Suas duas participações como ator –no drama de guerra “Hell’s Horizon” (1955) e no drama geracional “Urlatori alla Sbarra” (1960)—mostram-no como alguém fazendo algo fora da ordem.

Veja a cena de Baker em “Urlatori alla Sbarra”, de Lucio Fulci:

As trilhas que ele compôs no início dos anos 1960 foram para uma sucessão de filmes obscuros –“Sinfonia do Medo” (1963), “L’Enfer dans la Peau” (1965) e “L’Enfer sur la Plage” (1966)—rodados na França pelo marroquino José Bénazéraf, pioneiro do que outrora se chamava “pornô soft”.

Só bem mais tarde, ainda na França, ele emprestou a personalidade de seu sopro à trilha estilosa que Philippe Sarde compôs para “Tira ou Ladrão” (1979), comédia de ação estrelada por Jean-Paul Belmondo.

Baker só foi “descoberto” pelo cinema depois de morto e não parou mais de aparecer e reaparecer, iluminando com sua indefinível delicadeza aquelas cenas que pedem o tipo de doce desespero do qual ele se tornou um ícone.

Para celebrar o aniversário desse herói tão frágil, selecionamos títulos em que a intervenção musical de Baker basta para dar o tom de uma cena.

Mas antes é fundamental conferir a falsa cinebiografia do músico, que Ethan Hawke consegue incorporar sem estereotipar. A mistura bem cuidada de elementos factuais com situações ficcionais liberta “Born to Be Blue” (título original que, em português, poderia soar como “Nascido para a Tristeza”) de ser apenas mais um enfadonho martírio de artista.

 

“Chet Baker: A Lenda do Jazz” (Robert Budreau, 2015)

onde assistir: AppleTV

 

“Alone Together”

onde toca: “Os Rapazes da Banda” (Joe Mantello, 2020)

onde assistir: Netflix

 

“Trav’lin Light”

onde toca: “Poderia me Perdoar?” (Marielle Heller, 2018)

onde assistir: TeleCine – Now

 

“Look for the Silver Lining”

onde toca: “Ella e John” (Paolo Virzi, 2017)

onde assistir: TeleCine – Google PlayAppleTV

 

onde toca: “Los Angeles: Cidade Proibida” (Curtis Hanson, 2003)

onde assistir: Amazon Prime

 

“I Fall in Love Too Easily”

onde toca: “Capitão America: Guerra Civil” (Anthony e Joe Russo, 2016)

onde assistir: Disney+

 

onde toca: “O Sexto Sentido” (M. Night Shyamalan, 1999)

onde assistir: AppleTV – TeleCineGoogle PlayMicrosoft

 

 

“Let’s Get Lost”

onde toca: “A Professora do Jardim de Infância” (Nadav Lapid, 2014)

onde assistir: Google Play

 

onde toca: “Shame” (Steve McQueen, 2011)

onde assistir: Claro – Google Play – Now

 

“Everything Happens to Me”

onde toca: “O Guarda” (John Michael McDonagh, 2011)

onde assistir: Globo PlayLookeMicrosoft

 

 

“My Funny Valentine”

onde toca: “De Corpo e Alma” (Robert Altman, 2003)

onde assistir: Belas Artes à la Carte

 

onde toca: “O Talentoso Ripley” (Anthony Minghella, 1999)

onde assistir: TeleCine – Microsoft

 

“The Wind”

onde toca: “Benjamin” (Monique Gardenberg, 2003)

onde assistir: Amazon Prime

 

“Over the Rainbow”

onde toca: “Cine Majestic” (Frank Darabont, 2001)

onde assistir: Looke

 

“Tenderly”

onde toca: “Beleza Roubada” (Bernardo Bertolucci, 1996)

onde assistir: Belas Artes à la Carte

 

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