2.500 filmes para ver sem pagar

A estreia da Disney+ no dia 17 de novembro é um evento aguardado não apenas pelo público família. O impacto da entrada da marca deve ser maior ainda para os serviços de streaming já estabelecidos.

Como se comportará o consumidor com a expansão crescente da oferta, que acontece em meio a um cenário de crise econômica? A tendência será assinar mais de um serviço ou migrar para o que conseguir atrair com custo baixo e muitas opções de escolha?

O reposicionamento da NetMovies indica o que deve vir  por aí. A empresa lançou uma alternativa para quem prefere um catálogo simples e robusto, em vez da avalanche de filmes novíssimos sem nenhum pedigree. Mas a diferença de fato está no modelo, pois os filmes agora são gratuitos.

Com cerca de 1.000 títulos já disponíveis, a meta, segundo o CEO da empresa, Marcelo Spinassé Nunes, é colocar, progressivamente, 2.500 filmes na plataforma até o final de novembro.

Como “não existe almoço grátis”, o fluxo do visionamento será interrompido brevemente para inserções de publicidade. O serviço já está disponível no site da NetMovies e o app pode ser baixado na versão Android e iOS.

Demos uma garimpada no acervo da NetMovies e selecionamos cinco títulos para quem quer fugir do óbvio.

 

“Demência 13” (1963)

O filme de estreia, aos 24 anos, do futuro diretor dos grandiloquentes “O Poderoso Chefão” e “Apocalipse Now” mostra uma capacidade de inventar e de reciclar ainda em estado selvagem. O filme pega carona no sucesso de “Psicose” (1960) com uma mistura de nudez e desordem mental e anuncia a família como o motivo central da obra de Francis Ford Coppola.

 

“Tenebre” (1982)

O italiano Dario Argento não é apenas um especialista no “giallo”, o terror italiano. “Tenebre” é um festim de mortes, uma orgia em que o sangue é, sobretudo, uma cor intensa. A trama é sobre um fã de um escritor de romances policiais que comete crimes mais violentos que a ficção. As facas, lâminas e machados cortam os corpos e Argento filma tudo com uma mistura de frieza e beleza que, em vez de medo, provoca prazer.

 

“O Ídolo Caído” (1948)

O primeiro fruto da bem-sucedida parceria entre o diretor Carol Reed e o escritor Graham Greene examina com lupa as inconstâncias da moral. A trama segue um garoto, filho de um embaixador em Londres, que é deixado aos cuidados do mordomo, que ele adora, e da esposa deste, que ele detesta. Quando a mulher morre acidentalmente, a suspeita, a inocência e a cumplicidade tornam-se ingredientes do sentimento ambíguo da criança em relação ao mundo adulto.

 

“Rebecca, a Mulher Inesquecível” (1940)

A refilmagem do romance de Daphne Du Maurier estreou há pouco na Netflix. Bom motivo para descobrir a rebuscada versão de Hitchcock em seu primeiro trabalho em Hollywood. O casamento como forma de dominação e a sexualidade como um recanto obscuro povoado por fantasmas são algumas das muitas nuances que o cineasta explora, enquanto finge contar apenas uma boa história de suspense.

 

“Bar Esperança” (1983)

Alguns filmes são mais que filmes, são retratos da alegria, do prazer de viver. A despretensão da direção de Hugo Carvana casa-se aqui com a espontaneidade de um elenco capaz de interpretar como quem bebe cerveja com os amigos. A exuberância que o filme exala também diz respeito à expectativa do país que naquele momento escapava das trevas e corria para a luz. Ver o filme hoje nos coloca diante de um espelho estranho, que reflete uma delicadeza tão brasileira, tão fácil de reconhecer, mas que parece perdida para sempre.

 

 

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